Claudio Baraúna
estudante do C.E. Olga Benário Prestes (turma 2003)
Roberson Maturano
professor do C.E. Olga Benário Prestes
É triste ler um livro incrível e não ter com quem comentar. Você os lê, os ama, quer falar sobre e não sabe com quem. A diversão da leitura também se deve ao momento da discussão, do debate com outras pessoas que já leram o mesmo ou um livro diverso, trocar ideias sobre determinado assunto é sempre fundamental, e com a literatura não é diferente. Estes foram os estímulos que alimentaram as propostas de alguns alunos do colégio para a construção do Clube do Livro.
Quando vimos que tínhamos uma quantidade significativa de leitores, decidimos começar com o clube. Todos liam e nosso gosto literário era similar o que facilitava a proposta, no entanto não a definia, pois era a diversidade das ideias e assuntos que queríamos estimular. Então, pensamos, “por que não?”. Decidimos, nós alunos, criar dentro do espaço escolar um momento para esta troca.
Assim todos nós nos juntamos para um clube onde a proposta era exatamente essa: lermos e discutirmos em grupo. Depois disso, chamamos outras pessoas do colégio que também amam ler e que sofrem com a falta de amigos para discutir, para fazer parte do clube.
Semanalmente nos encontramos na biblioteca da escola e lá lemos, discutimos, contamos, escrevemos, rimos e nos surpreendemos com o mundo literário. Faremos tudo o que pudermos relacionado à leitura, a ideia é que seja algo bem aberto e que todos possam sugerir projetos e atividades estimulando também o descobrir do processo criativo. Fomentar a criatividade através da leitura e da escrita possibilitando a formação de novos escritores como já vem ocorrendo.
Esta iniciativa está alinhada com os ideais de democratização de conhecimento, uma vez que os debates coletivos nos encontros permitem que os alunos/leitores troquem ideias, interpretações e informações entre si. Este espaço de socialização dos sentidos da leitura e da interação com as interpretações do outro tem trazido os jovens para a fruição de uma experiência estética transformadora. Tanto a leitura de escolha individual como as propostas nos encontros semanais estimulam à ressignificação de ações cotidianas e possibilitam a conquista progressiva de protagonismo e autonomia dos participantes, estruturas fundamentais para o empoderamento do jovem, no sentido transformador de Paulo Freire. De uma formação cidadã.
Portanto, o Clube do Livro passa a ter a função de se firmar como um espaço de encontro, reflexão, pertencimento e consolidação dos grupos na sustentação e incentivo para que cada leitor possa traçar e construir o seu próprio percurso nos diversos mundos da leitura, seja ela literária ou técnica, obrigatória ou voluntária, percebendo este movimento dentro da prática escolar.